1º Encontrão será em homenagem a Rebanhão

A banda carioca que foi um divisor de águas na história da música evangélica brasileira, Rebanhão, comemora este ano 35 anos de trajetória. Bem, os meninos já não tocam junto há 15 anos, mas jamais deixaram de ser lembrados na mente e corações de milhares de pessoas do Brasil inteiro que foram influenciadas pelas canções na década de 80 e 90 do grupo.
Depois de um compacto, a banda lançou Mel.
esta é a capa do segundo LP "Luz do Mundo"
último com Janires.


Este ano o Rebanhão resolveu colocar novamente o "pé na estrada", voltou a ensaiar e se preparam para gravar um CD/DVD e depois vão fazer uma Turner pelo país.

Nos primeiros anos da banda Rebanhão outras bandas foram surgindo e, em outras cidades aquela "revolução musical" se espalhando. No início do ano de 1987 (Janires ainda vivo, mas já havia saído do Rebanhão, estava iniciando com a Banda Azul) eu participei de um acampamento MPC (Mocidade para Cristo) em Belo Horizonte onde pude conhecer um pouco mais os componentes da banda, gravei entrevista e, voltando para Caruaru repassava essas músicas e entrevista para vários jovens e líderes de grupos que depois passaram a incluir em seus repertórios canções do grupo.

Em linhas gerais esse contexto foi decisivo para rendermos graças à Deus neste primeiro encontrão pela vida e ministério do Rebanhão. Outros Tributos virão pela frente, vá intercedendo pelo evento da Presentia em Caruaru, e, também pela Turner da Banda pelo país, que o bom Pastor esteja a frente de tudo isso. 
Na primeira sessão de ensaios: Carlinhos Felix, 
Pedro Braconnot, Paulo Marotta, Pablo Chies e Lucio de Paula.
VALE A PENA RELEMBRAR...


A década de 80 chegou!
(www.opropagador.com)

Depois que Pedro Braconnot e Janires passaram a andar juntos, compartilhar da fé e fundarem o Rebanhão, era momento de encontrar mais músicos que abraçassem a causa. Os dois assistiram um ensaio de três músicos, nos quais foram convidados a entrar no grupo. Dois deles entraram: Paulo Marotta, filho de um presbítero da igreja e baixista, e o baterista Kandell. Um percussionista chamado Zé Alberto também integrou a primeira formação. Faltava um guitarrista, e Janires encontrou-o dentro da Sinal Verde, que como possuía dois baixistas, teve Carlinhos Felix disponível para atuar nas guitarras do Rebanhão. Entretanto, apesar de Carlinhos ter disponibilidade para a banda, não possuía muita experiência com solos, mas com bases. Janires sentiu em necessidade em chamar mais um guitarrista, convidando Elmar Gueiros. Elmar trabalhava na época, e mesmo pela pouca disponibilidade aceitou, mas não ficou muito tempo com o grupo.

Rebanhão - Janires - Fita Cassete - 1979
Cassete “Rebanhão”, projeto de
Janires em 1979 antes de se mudar
para o Rio de Janeiro. (Fonte: Rebanhão)
Acabou que a formação ficou assim mesmo, e em meados de 1980 na preparação de um álbum. Janires, como anteriormente tinha um vasto repertório. Além das músicas de seu cassete, tinha outras composições ainda não gravadas, nas quais optou para o futuro álbum. Carlinhos Felix também tinha outras composições, e Pedro Braconnot uma, escrita após sua conversão. A união deste repertório gerou “Mais Doce que o Mel”, um álbum predominantemente de rock progressivo, com influências do tropicalismo.

Apesar da Comunidade S8, Cantores de Cristo e da Sinal Verde, além de outros músicos e bandas menos reconhecidos já terem lançado algum material de rock anteriormente, nenhum projeto é tão divisor de águas quanto o álbum de estreia do Rebanhão. 

O LP Mais doce que o Mel foi o primeiro disco
evangélico do Brasil a vender 150 mil cópias
Além de ser revolucionário pela sonoridade, Mais Doce que o Mel inova nas letras e na estética. A capa da obra foi escandalosamente polêmica, pela foto de Janires de camisa aberta, tendo que ser ‘censurada’ e relançada com modificações na parte gráfica. Dez canções, maior parte de rock, mas curiosamente um baião torna-se a canção que melhor representaria a veia do grupo: misturar cristianismo com crítica social. 

Vaias em apresentações, boicotes, nada disso adiantou para que o grupo parasse – muito pelo contrário – fez que o álbum, lançado por uma pequena gravadora e sem expectativas batesse o recorde de vender mais de cento e cinquenta mil cópias, fato mencionado até por revistas de fora do nicho cristão, como a Veja. O conjunto fazia um enorme sucesso dentre a juventude, fato que impulsionou os boatos de satanismo contidos nas letras. A canção “Baião” foi regravada várias vezes, sendo a versão mais recente de Paulo César Baruk.

Formação da banda dos discos Semeador (3),
Novo Dia (4) e Princípio (5) é considerada a de
melhor qualidade musical: Carlinhos Félix,
Paulinho Marotta, Pedro Braconnot, e Tutuca.
Nesta fase o Rebanhão teve seus discos distribuído
 pela PolyGram e foi a primeira banda
evangélica a cantar no Canecão (lotou).
“Casinha”, também de Janires foi outra canção de destaque no projeto. Um choro, a abordagem é descritiva de uma cidade, que em seus primeiros versos transmite uma imagem de beleza. Entretanto, a realidade daquele lugar é tratada na segunda estrofe, dando ar a mensagem de uma nova humanidade que Jesus deu como exemplo em sua caminhada pela Terra, até sua morte e ressurreição dada na terceira parte. 

O cantor disse, numa gravação em bootleg de 1987 que a música surgiu num dos piores momentos de sua vida, em que faltavam recursos para tudo, e decidiu escrever sobre todas as realidades que conhecia, incluindo a principal de todas elas, a vida eterna. “Salas de Jantar”, uma das canções do pot-pourri do álbum faz parte do momento mais ‘pesado’ do álbum, com o músico criticando o extenso pessimismo divulgado pela mídia, e o individualismo das pessoas. A canção teria alguma referência à “Panis Et Circenses”, do Mutantes?
As composições de Carlinhos são o ponto de menor destaque do repertório, mas nem por isso deixam de serem canções que fogem do patamar comum. “Tudo Passa”, sobre a soberania de Deus sob o tempo e as ilusões do mundo. “Passageiro” a respeito da nossa peregrinação sobre a Terra, “Monte” para a onipresença dEle em nossas vidas. “Refúgio”, de Pedro Braconnot é uma das melhores baladas do Rebanhão, e possui também um de seus solos de guitarra mais brilhantes.

Álbuns posteriores mostraram grande amadurecimento musical do Rebanhão, mas nenhum foi tão ‘chocante’ e revolucionário quanto Mais Doce que o Mel.

Em 7 de dezembro, no Teatro João Lyra, com entrada franca, às 15 horas, acontece o Primeiro Encontrão Presentia. Vamos homenagear o Rebanhão. 
Excelente oportunidade para quem viveu aquela época reviver as canções que mais marcaram a banda e, ótima oportunidade para a nova geração entender um pouco mais do mover de Deus no cenário musical daquela década.

Aguarde informações mais detalhadas.

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